quinta-feira, 28 de maio de 2009

Teorias Disparatadas!?

No outro dia dei por mim perdido em teorias da conspiração contra os Homens, e verdade seja dita, às vezes este género dá-me náuseas profundas. O motivo? A velha máxima de que não conseguimos viver com, mas também não conseguimos viver sem eles. E é nestas alturas em que adorava ser Lésbica. A sério!
Eu sei que todos nós somos complicados, e que Homens e Mulheres são complexos por natureza. Mas vamos lá, há homens que são verdadeiros bichos do mato! E falo dos Homens gays naturalmente, porque dos heteros... Desses já eu tenho os ouvidos a sangrar com as terríveis experiências com que as minhas amigas me brindam!
Confusos, perdidos, reticentes, sexuais, egocêntricos, individualistas numa relação. É assim tão difícil para eles tentar um relacionamento estável e duradouro? Ou só conseguem pensar com a cabeça de baixo por ser tão grande que bloqueia os neurónios? Duvido, tendo em conta os membros que ás vezes me aparecem no vale dos lençóis...
É realmente curioso tentar perceber estes gajos. E sim, já passei a fase do desespero por não encontrar ninguém, por querer uma relação e não a encontrar.
Meus caros amigos e amigas, é tempo perdido matarmos as nossas cabecinhas com essas questões! E só nos vai criar rugas, mal estar, depressões, e convenhamos que não merecemos isso.
Sim, eu sei, a complexidade humana depois verifica-se quando dois seres, independentemente do género, se unem numa relação. Mas será assim tão impossível resultar? Ou seremos nós que complicamos demais? Eu assumo, em tempos podia exigir demais, mas agora estou tão básico que não sei o que aconteceu com o meu ex namorado. Mas desse falo depois, agora teorias que sinto-me filosófico hoje.
Estou num momento em que só peço uma boa garrafa de vinho, um sofá, um bom filme, e para terminar um gajo comigo a quem eu me possa abraçar e dar beijinhos. E depois do filme acabar, sim, podíamos fazer amor se não fosse pedir demais ao génio da lâmpada de purpurinas, que é a fada dos gays. É pedir muito? Parece que sim... Uma pessoa pede-lhes para ir beber café, parece que já é um sacrifício. Realmente não entendo estas bichas que andam por aí a chorar pelos cantos, todas a queixarem-se, e depois quando têm oportunidades, armam-se em putas e desaparecem!
Se alguém me conseguir dar uma justificação lógica, eu juro que vou dissertar acerca dela. É que por vezes já não sei o que pensar acerca de mim próprio. Penso como uma gaja? Ou tenho as mesmas ansiedades que elas? É que só isso pode justificar esta minha revolta contra a forma mesquinha de pensar e agir de 90% da população gay em Portugal (sim, ainda tive poucos envolvimentos no estrangeiro. mas penso seriamente em ir tirar o mestrado lá fora). E vá, para as lésbicas que possam ler esta minha teoria, eu também sei que estão a pensar que há muitas mulheres por aí que se comportam que nem autênticas bestas masculinas, e que só pensam com o buraco negro lá de baixo.
Portanto, em que ponto ficamos? É intrínseco haver uma distinção na forma de pensar tipo Homem Vs Mulher, e depois isso também se aplica nas relações gays? Temos que tomar um partido mesmo inconscientemente? Ou tudo isto vai para além do perceptível e temos que nos aguentar aos peixes que vêem parar à nossa rede? Sim, porque já estou cansado de ir à pesca!
Realmente estou perdido com tanta conspiração! Acho que vou mas é fazer o mesmo que eles fazem, este fim-de-semana vou dar uma bela de uma queca e nem me vou preocupar em saber o nome dele, porque cada vez chego mais à conclusão que esta é a única forma segura de actuar. Mas depois, lá surgem as questões do coração... E eu não quero chegar aos cinquenta anos como um velho rebarbado que não tem nenhuma história bonita para relembrar.
Enfim, pode ser que que um dia me passe e vá roubar o filho da mãe do príncipe encantado à Cinderela. Já basta de ser ela a única a usufruir dele!
Beijinhos... Pi!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Um Disparate de Encontro


Bem, eu sou um rapaz que gosta de sexo, assumo! Gosto e pronto, e ninguém tem nada a ver com isso. E como tal, é normal que por vezes tenha os meus casos tórridos de paixão, mas somente para isso, deixar-me levar pela loucura do momento e desfrutar de um dos melhores prazeres da vida! Mas a noite que vos vou contar, foi sem dúvida o oposto de gustação do mesmo sexo, em prole de um dos momentos mais idiotas porque tive de passar.
Ora bem, havia um rapazinho com quem andava a falar há algum tempo, já tínhamos ido tomar café, existia uma certa química no ar, e convenhamos que uma certa tesão também. Um certo dia, ele convida-me para ir a casa dele à noite, depois do jantar. Lógico que a ideia de um "café" caseiro me agradou bastante e não me fiz de rogado. Pouco depois das 22h lá estava eu todo lavadinho a bater à porta. O que vem depois disto pode ser integrado num dos filmes do Pesadelo em Elm Street.
Após quinze minutos de conversa, o menino, com um ar de respeitador e tradicional, muito convencido das suas verdades absolutas, um pouco obstinado até, acaba por revelar um segredo. Tinha namorado! Pois... Essa foi exactamente a mesma cara que eu fiz depois de aquele tótó me ter dito a realidade. Eu, com ar de estúpido nem tive resposta para lhe dar, porque se lhe dissesse o que me ia na cabeça, acho que a conversa não ia correr lá muito bem. Mas cordialmente disse-lhe que não havia problema, dois rapazes podiam ser perfeitamente amigos sem mais nada a envolver a relação. Por dentro só me apetecia bater-lhe! Quem é que este gajo pensa que é para me atrair para o seu covil, mostrar-me segundas intenções e depois diz-me que tem namorado? Só queria sair dali desesperadamente.
Entretanto, como se o cenário não pudesse piorar, ele recebe uma chamada. E adivinhem de quem era? Pois, do seu mais que tudo... E qual era o teor da conversa? Uma crise de ciúmes, que resultou numa discussão deveras impressionante e em alto som, e também convenhamos que o rapaz do outro lado da linha até tinha os seus fundamentos para ter ciúmes ou mostrar preocupação. Eu, sentado no sofá, a dar cabo do meu maço de tabaco e a beber mais café do que o que devia, estava perplexo com o que estava a assistir. Era uma mistura entre a Tertúlia Cor-de-Rosa e o som da voz da Júlia Pinheiro. Não sabia se havia de rir ou chorar.
A discussão foi continuando, e eu ali mantido em "cativeiro", desejando ir embora, mas não querendo ser de todo mal educado. As horas passavam, com este traste a pedir-me para esperar, e não vás embora, e aguarda só mais um pouco. E eu a pensar, mas porquê? Depois de discutir e fazerem as pazes, vais querer fazer o sexo de reconciliação comigo? Sim, porque percebi que o namorado era do Porto e que só tinham estado duas vezes juntos, durante três meses de relação! Digam lá se não podia ser mais ridículo?
E lá foi o belo do Pi ficando no sofá. Tive tempo para ler as revistas todas, ver as horas cinquenta vezes num minuto, fazer zapping na televisão outras cinquenta, e o tempo passava, assim como me ia passando eu! Até que me fartei e resolvi mandar uma mensagem a uma amiga para me ligar com uma chamada fictícia sobre uma urgência qualquer.
Fui para o hall, para o outro do Porto não ouvir que estava mais gente em casa, e atendi a chamada. A minha amiga do outro lado só se ria. Eu, depois de desligar, entrei na sala, e... Pois, ele já havia desligado a chamada e estava a chorar. Pronto, estava instalado o drama! Se aquilo já não estava com bom sabor, agora estava demasiado azedo! Como sou uma pessoa com sentimentos, fui ter com ele e perguntei o que se passava. Ele olha para mim como uma criança de cinco anos e grita:
- "Ele acabou comigo! Achas normal?"
Oh meu grande filho da mãe, coitadinha da senhora que não tem culpa neste caso, acho eu. Então tu andas a engatar gajos, leva-los para casa insinuando sexo, comportaste-te como um cabrão e depois ainda questionas se é normal?
Eu, encavacado lá lhe passei as mãos pelas costas, pronto coitadinho, é mais um esquizofrénico, pensei eu com os meus botões. E depois disse-lhe que lamentava tudo aquilo, mas tinha de ir embora, que tinha acontecido um imprevisto e não podia ficar mais tempo. Ele abre os olhos e pergunta:
- "Mas não passas cá a noite? Pensei que íamos dormir juntos..."
Pronto, este gajo ultrapassou os meus limites da paciência!
- "Olha lá, mas tua bateste com a cabeça à nascença? Ou essa anormalidade já não é defeito mas sim feitio? Mas tu ainda pensas em foder depois desta cena completamente fora?"
- " Porque não...?"
Foi o fim, agarrei nas minhas coisas, virei costas e saí!
É certo que nunca mais lhe disse nada e ainda estive vários meses sem o ver, até à fatídica noite em que este caramelo teve o azar de reaparecer à minha frente. Mas essa, essa é outra noite, outro disparate!
Enfim.
Beijinhos Pi!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Inspiração


Todos sabemos que vivemos uma época em que as ideias são apenas reciclagens de outras inspirações passadas, que a novidade não é mais que pegar numa paleta já existente e construir algo com outras cores, que ser criativo é de facto possível, mas dá ainda mais trabalho do que há um século atrás.
Deste modo, este novo blog apesar de ser algo que até à data ainda não encontrei algo similar, teve como base uma senhora muito inspirada que fala de forma desenfreada acerca do fantástico mundo das mulheres, o seu potencial, o seu poder. E sem papas na língua aborda o sexo de uma forma tão cultural que nunca chega a ser brejeira (é o que dá viajar, segundo ela). Para quem não a conhece, eu apresento-a. O seu nome Sissi, pode parecer vulgar, mas o tintilhar dos seus dedos juntam as palavras em ideias e ideais completamente fora do quadrado, e garanto que já conquistou muitos leitores. Quer no seu blog, quer através do livro que lançou.
Esta menina particular que conversa sobre cenas de gaja, mas que até os maiores machos lêem (podera, ela até os ensina a eles), serviu de mote para estes meus disparates a que me proponho disparar. Se ela pode falar de cenas de gaja, se os jogadores de futebol podem escrever biografias acerca das suas vidas, que a mim não me interessam para nada, porque é que não hei-de falar sobre a minha gente? Sobre plumas e lantejoulas, sobre bolas de espelhos, sobre uma massa que aqui está, mas que só resolve aparecer de vez em quando em manada no meio da rua num desfile?
Quero mostrar outro ponto de vista, e definitivamente acabar com o estereotipo da "bicha maluca" com o qual sou tantas vezes comparado. Tenho por instinto ser diferente, mesmo que isso nunca seja 100% conseguido, e por isso mesmo, quero e preciso de vos mostrar que nós, homossexuais, podemos ir muito mais além do que sexo promíscuo, intrigas idiotas e preocupação quase obstinada com o visual e a revista Maria. Vou mostrar-vos que sim, temos um certo encanto por sermos arrojados e excêntricos (nem todos), mas que no fundo também nos preocupamos com questões tão heterossexuais como vocês.
E bem, posto esta inspiração e mais umas afinadelas na introdução, é chegada a hora de depois deste, começar a minha demanda pelos disparates.
Um beijo, Pi!*

domingo, 24 de maio de 2009

Introdução

Pi tem vinte e três anos.
É um jovem rapaz de cabelos escuros, corte diferente, alto, magro, com sentido de moda, um estilo meio irreverente e excêntrico, divertido, bem disposto, por vezes snobe e arrogante.

Pi nasceu nos anos oitenta.
Gosta de grandes noitadas e de festas loucas. Adora dormir até tarde, embora goste de assistir ao nascer-do-sol, mas que importa? Pode vê-lo e ir dormir depois. Gosta de aventuras no sentido mais lato, de quebrar regras e estereótipos, de viver em liberdade, de estar rodeado de pessoas.

Pi é de Lisboa.
Mas Pi não é somente extravagante, ele pode ser bem mais meditabundo do que o que aparenta. E sente-se bem assim, usando uma máscara de futilidades por alguém que não se importa com o que os outros pensam acerca de si, para no seu verdadeiro interior ter uma fórmula química mais composta e madura. Pode dizer-se que por fora ainda é um adolescente sedento por irreverências, por dentro um jovem adulto que sabe o que pretende da vida e que está disposto a tudo para o alcançar.

Pi é homossexual. E então?
Uma personagem como tantas outras, mas com características assimétricas. Um ser humano complexo e que vive numa autêntica montanha russa sentimental. Por vezes perdido, por vezes só, por vezes em verdadeiros estados de depressão. Num todo pode ser tanto e muito mais, tudo depende da perspectiva! Pode oscilar entre o histerismo e a melancolia, entre a maior verdade e a maior mentira, entre o holocausto e o paraíso, entre a guerra e a paz, entre ele e os outros.

Pi o navegador.
Lançou um desafio. E isso é típico dele. Gostar de desafios e de se colocar constantemente à prova. Porque não a história de vida dele publicada sem receios ou medos? Porque não mostrar uma outra realidade de vida que tantos conhecem mas que poucos ousam falar? Porque não quebrar tabus e deixar de se preocupar em ferir susceptibilidades? A vida também é composta por pessoas como o Pi, e para os curiosos acerca do grande ser que somos todos nós, penso que esta narração retalhada de pequenas mirabolantes histórias pode despertar a curiosidade até do mais homofóbico ser.

Pi gosta de escrever e de falar horas a fio.
E deste modo aqui está uma nova representação. Fictícia? Verosímil? Certamente curiosa. Que entre nas bocas do povo a peça teatral autêntica, corajosa e mais improvável. Conto contigo para me acompanhares nesta demanda do sentir, do ser, do estar.

Pi, o eterno Boémio Sonhador!