terça-feira, 26 de maio de 2009

Um Disparate de Encontro


Bem, eu sou um rapaz que gosta de sexo, assumo! Gosto e pronto, e ninguém tem nada a ver com isso. E como tal, é normal que por vezes tenha os meus casos tórridos de paixão, mas somente para isso, deixar-me levar pela loucura do momento e desfrutar de um dos melhores prazeres da vida! Mas a noite que vos vou contar, foi sem dúvida o oposto de gustação do mesmo sexo, em prole de um dos momentos mais idiotas porque tive de passar.
Ora bem, havia um rapazinho com quem andava a falar há algum tempo, já tínhamos ido tomar café, existia uma certa química no ar, e convenhamos que uma certa tesão também. Um certo dia, ele convida-me para ir a casa dele à noite, depois do jantar. Lógico que a ideia de um "café" caseiro me agradou bastante e não me fiz de rogado. Pouco depois das 22h lá estava eu todo lavadinho a bater à porta. O que vem depois disto pode ser integrado num dos filmes do Pesadelo em Elm Street.
Após quinze minutos de conversa, o menino, com um ar de respeitador e tradicional, muito convencido das suas verdades absolutas, um pouco obstinado até, acaba por revelar um segredo. Tinha namorado! Pois... Essa foi exactamente a mesma cara que eu fiz depois de aquele tótó me ter dito a realidade. Eu, com ar de estúpido nem tive resposta para lhe dar, porque se lhe dissesse o que me ia na cabeça, acho que a conversa não ia correr lá muito bem. Mas cordialmente disse-lhe que não havia problema, dois rapazes podiam ser perfeitamente amigos sem mais nada a envolver a relação. Por dentro só me apetecia bater-lhe! Quem é que este gajo pensa que é para me atrair para o seu covil, mostrar-me segundas intenções e depois diz-me que tem namorado? Só queria sair dali desesperadamente.
Entretanto, como se o cenário não pudesse piorar, ele recebe uma chamada. E adivinhem de quem era? Pois, do seu mais que tudo... E qual era o teor da conversa? Uma crise de ciúmes, que resultou numa discussão deveras impressionante e em alto som, e também convenhamos que o rapaz do outro lado da linha até tinha os seus fundamentos para ter ciúmes ou mostrar preocupação. Eu, sentado no sofá, a dar cabo do meu maço de tabaco e a beber mais café do que o que devia, estava perplexo com o que estava a assistir. Era uma mistura entre a Tertúlia Cor-de-Rosa e o som da voz da Júlia Pinheiro. Não sabia se havia de rir ou chorar.
A discussão foi continuando, e eu ali mantido em "cativeiro", desejando ir embora, mas não querendo ser de todo mal educado. As horas passavam, com este traste a pedir-me para esperar, e não vás embora, e aguarda só mais um pouco. E eu a pensar, mas porquê? Depois de discutir e fazerem as pazes, vais querer fazer o sexo de reconciliação comigo? Sim, porque percebi que o namorado era do Porto e que só tinham estado duas vezes juntos, durante três meses de relação! Digam lá se não podia ser mais ridículo?
E lá foi o belo do Pi ficando no sofá. Tive tempo para ler as revistas todas, ver as horas cinquenta vezes num minuto, fazer zapping na televisão outras cinquenta, e o tempo passava, assim como me ia passando eu! Até que me fartei e resolvi mandar uma mensagem a uma amiga para me ligar com uma chamada fictícia sobre uma urgência qualquer.
Fui para o hall, para o outro do Porto não ouvir que estava mais gente em casa, e atendi a chamada. A minha amiga do outro lado só se ria. Eu, depois de desligar, entrei na sala, e... Pois, ele já havia desligado a chamada e estava a chorar. Pronto, estava instalado o drama! Se aquilo já não estava com bom sabor, agora estava demasiado azedo! Como sou uma pessoa com sentimentos, fui ter com ele e perguntei o que se passava. Ele olha para mim como uma criança de cinco anos e grita:
- "Ele acabou comigo! Achas normal?"
Oh meu grande filho da mãe, coitadinha da senhora que não tem culpa neste caso, acho eu. Então tu andas a engatar gajos, leva-los para casa insinuando sexo, comportaste-te como um cabrão e depois ainda questionas se é normal?
Eu, encavacado lá lhe passei as mãos pelas costas, pronto coitadinho, é mais um esquizofrénico, pensei eu com os meus botões. E depois disse-lhe que lamentava tudo aquilo, mas tinha de ir embora, que tinha acontecido um imprevisto e não podia ficar mais tempo. Ele abre os olhos e pergunta:
- "Mas não passas cá a noite? Pensei que íamos dormir juntos..."
Pronto, este gajo ultrapassou os meus limites da paciência!
- "Olha lá, mas tua bateste com a cabeça à nascença? Ou essa anormalidade já não é defeito mas sim feitio? Mas tu ainda pensas em foder depois desta cena completamente fora?"
- " Porque não...?"
Foi o fim, agarrei nas minhas coisas, virei costas e saí!
É certo que nunca mais lhe disse nada e ainda estive vários meses sem o ver, até à fatídica noite em que este caramelo teve o azar de reaparecer à minha frente. Mas essa, essa é outra noite, outro disparate!
Enfim.
Beijinhos Pi!

1 comentário:

  1. =O que história realmente xD mas a forma como descreves tudo é brutal!
    Ao ler pareceia que estava a viver a cena na minha cabeça e só me apeteceu rir porque realmente à gente que não existe xD
    Acho que teria perdido a paciência mais rápido que tu...
    bjo**

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