quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Question Number One (I/II/III...)


O que é que se faz quando o nosso corpo e coração começam a pedir algo que a vossa cabeça diz não ser o mais certo? Como reagir quando as situações ganham novos contornos e nos vemos envolvidos numa história com sentimentos mais ferozes que uma amizade? E pior, como resolvemos se o mundo está aparentemente contra nós e sabemos à partida de que continuar com tudo isto irá certamente ser uma dura batalha? Estou confuso e sem saber que voz escutar!
Se por um lado sei que o vejo agora com outros olhos e que o que começou como uma brincadeira inocente de dois amigos está hoje longe de ser inocente e até bastante íntima e descarada, por outro lado também sei que se houver um futuro entre nós, os meus amigos não vão aceitar facilmente uma relação. Existe, em tudo isto, um certo risco perigoso que me faz tremer ainda mais. Então o que faço?
As nossas personagens entendem-se tão bem, existe tanta cumplicidade e química, mas ao mesmo tempo estamos tão rodeados de um passado presente e de uma ligação no mínimo hilariante, que já não sei até que ponto será assertivo prosseguir. Parece que à nossa frente consigo vislumbrar dois caminhos… Um abismo e um lugar em guerra! Em ambos os casos, o desfecho não me parece razoável.
Não sei, é complicado ter de optar quando existem tantas incógnitas e facilidade não está de todo no topo da lista do nosso cruzamento. No entanto, com tantos contras, sei que não consigo afastar-me. As histórias casuais já eram, mas acho que sinto falta delas. Pelo menos lá era tudo muito mais simples… Mas o retorno não é em nada parecido com o que uma grande paixão nos pode oferecer. Como resolvo então?
Beijinhos, Pi!*

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O Talho e o seu Consumidor


Dei por mim no trabalho a pensar numa questão outrora mais frequente na minha vida. O conhecimento cibernético através de sites gays!
Ora bem, são poucos os que em pleno século XXI, na era moderna em que reina a tecnologia e a Internet é rainha, que podem dizer que nunca foram a um chat de conversação, quer por interesse em conhecer alguém, quer pela curiosidade da situação em si. De qualquer forma todos nós sabemos da sua existência e temos consciência de que é uma plataforma virtual que está à nossa disposição muito facilmente e à distância de um simples click. E simplicidade e acessibilidade são duas armas à disposição desta “engenhoca” informática.
Desconheço como funcionam os chats ou sites de “engate” heterossexuais, mas à partida o sistema é o mesmo e processa-se tudo de igual modo. Todos podem usar máscaras e fingir ser uma pessoa completamente diferente do que o que são na realidade. Mas não pretendo entrar nestas divagações hoje, vou antes falar de mim e de toda a minha experiência com este “submundo” tão vestido de diversas personagens, embora despido de vergonhas ou falta de promiscuidade.
Como já falei anteriormente num outro post, nós os gays temos ao nosso dispor um site que se chama Gaydar, bem como um outro mais promíscuo e com o intuito sexual muito mais acentuado, que se chama Manhunt (acho que o nome diz tudo!). Estes funcionam como hi5 reciclado e transformado em montra de talho, e novamente volta o mini mercado, mas desta feita, muito mais assumido e consciente de si mesmo. Neles, podemos então ver os “produtos” que se oferecem, os que estão em destaque, as novidades da semana, com as mais diversas funções e para todo o tipo de “cliente”. Pode parecer-vos um exagero esta minha descrição, mas o serviço é exactamente assim que funciona e se tiverem dúvidas, vão até ao post Gaydar do mês de Junho ou ao próprio site.
Ora, naturalmente, o vosso amigo Pi tem perfil em ambos os sites, e sim, confesso que por vezes recorro a estes para conhecer novas pessoas. O intuito? É precisamente esse! O porquê? Pois, aí reside a dúvida… Porque é que ainda me dou ao trabalho de ir até eles quando sei que 90% dos que lá estão apenas procuram sexo casual, e para isso já tenho os meus próprios “amigos” coloridos, e os restantes 10% que até têm intenções razoáveis e mais ou menos “honestas” ou se acabam por transformar em autênticos esquizofrénicos, sendo o oposto do que dizem ser, ou acabam por não ser o que estávamos à espera e posteriormente não existir uma química entre ambas as partes e ficamos em águas de bacalhau. Portanto, se as probabilidades de conhecermos alguém minimamente interessante e que valha a pena, com a qual possamos construir algo palpável, são quase impossíveis, porque é que insisto? Porque é que me dou ao trabalho de tentar sequer? Lá está a velha esperança novamente…
Chego à conclusão de que possuir perfil e estar ali a “vender a minha sardinha” pode ser uma má estratégia de marketing da minha parte, até porque os lucros obtidos através desta são cada vez menores e mais doentios. Então porque não me limito a fazer as coisas de uma forma mais natural e dita normal? Porque não me deixo de ser idiota e deixo de tentar encontrar ouro onde só existe lixo? Pois, nem eu me compreendo!
Bem, quem sabe no futuro modifique esta situação e ganhe consciência de que a época das one night stand já deu o que tinha a dar e que é hora de ganhar juízo…
Enfim.
Beijinhos, Pi!*

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Jogos Psicológicos ainda mais Psicadélicos!

E por curiosidade, aqui vai o desvendar do tal joguinho psicológico...
Ora após o vosso amigo Pi resolver dar um cartão encarnado, é surpreendido por uma resposta do género: "Quero continuar a ver-te... Apesar de ainda só te ver como amigo!" Até aqui tudo bem, vamos lá dar um benefício da dúvida e ver onde é que esta história vai parar. Mas, no dia seguinte, o Pi é surpreendido por uma nova atitude: "Desculpa, mas acho que me vou afastar...". Pois, foi exactamente isso que aconteceu! Eu bem que queria dar tudo por terminado, feito parvo deixei-me levar novamente e PIMBAS, quem fica no altar à espera do noivo sou eu... Mas enfim, os dias vão passando e eu vou seguir em frente!

Informação adicional: Ontem fui pinar com um produto que não conhecia, e deixem que vos diga... BORING!!! Foi pior a emenda que o soneto. Se pensava que ia até lá distrair-me um bocado e passar uma agradável noite, acabei por sair de lá de manhã, ainda mais aborrecido do que como entrei. E o pior de tudo? Foi imaginar que quando estava no acto, estava a fazê-lo com outra pessoa... E nem preciso de dar explicações, vocês já devem imaginar quem estava no meu pensamento... Enfim, amanhã é outro dia e o fim-de-semana está mesmo aí à porta, quem sabe novos ventos não soprarão no meu rosto?

Beijinhos, Pi!*

domingo, 20 de setembro de 2009

Não sei lidar com joguinhos psicológicos...


Hoje apetece-me puxar ao sentimento e ao coração. E começo por justificar esta minha ausência mais marcada precisamente deste modo, entrei numa fase em que as histórias assolapadas de 5 minutos deixaram de me satisfazer e pretendo algo mais do que uma fatia do bolo inteiro, mas confesso que andar às compras no tal mini mercado me está a deixar esgotado. Não que ande numa procura incessante, porque isso não iria resultar em nada e no final quando fosse pagar na caixa só ia levar fast-food outra vez. Não, ando controlado, demasiado.
Não digo que tenha encontrado o amor, porque sei que não, nem estou tão pouco apaixonado, mas confesso que existe por aí alguém que está a mexer comigo, mas que também está a deixar-me doido psicologicamente. Encontrei alguém diferente em todos os aspectos, mas que me falta com algo que acho importante, a chama. Estou baralhado com esta história, e quase que chego à conclusão de que se aproxima um Game Over, no entanto não consigo deixar de pensar nessa pessoa e nem me reconheço em várias atitudes que por vezes tenho tido.
Mas hoje, quando o percurso ganhou um contorno diferente, tomei uma primeira decisão. Não serei nenhum dado adquirido e nem continuarei a demonstrar os meus sentimentos, chega de ser o tal tolinho! Passarei a ser o Pi que sempre fui, frio, distante, por vezes arrogante e que não tem feitio para correr em vão! A outra foi a de que me afastarei. Não estou habituado a estes joguinhos psicológicos e prefiro sair de cena antes que o pano me caia em cima da cabeça.
Existem demasiados pormenores duvidosos, e vim até aqui hoje apenas para desabafar. Teria de permanecer aqui a noite toda para vos contar todos os pormenores, mas neste momento só quero parar de pensar e começar a ver mais acção se tiver que haver. O seguro morreu de velho e eu prefiro ser calculista e fugir antes da mágoa, do que continuar a investir e acabar na banca rota! Deste modo lá vai o Pi continuar a caminhar, sem perceber muito bem para onde, mas com a consciência de que começa a querer mais do que tecidos sintéticos. Em todo o caso ficarão a saber o que lhe vai acontecer. Em breve mais disparates de um passado bastante disparatado uma vez que o presente anda sedento de loucuras! Beijinhos, Pi.*

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Cidade Fantasma ou Minimercado em 2ª Mão?


Lisboa está carregada de fantasmas e é uma cidade assombrada onde nos cruzamos constantemente com o nosso passado! Antigos namorados, ex amantes, histórias mal resolvidas, pessoas a evitar, outras que desejamos encontrar. Esta é umas das tais cidades aldeia em que chegamos à conclusão de que nos andamos a comer uns aos outros. Somos pequeninos e quando tentamos obter algo diferente acabamos por voltar a ter o que já tivemos, porque no fundo quando temos uma novidade nas nossas vidas, isso são os “restos” de outro alguém, quem sabe até, do que nós próprios deixamos ficar para trás.
Bem sei que falo aqui de pessoas e não pretendo de todo denegrir-nos enquanto seres humanos ao chamar-nos de sobras, mas é a palavra que melhor se encaixa. E vocês no fundo sabem que é a mais pura verdade. Já alguém dizia que a distância entre duas pessoas pode ser até de sete pessoas, logo, as probabilidades de já ter estado com um ex namorado do ex namorado do meu melhor amigo são mais do que favoráveis. Andamos todos às voltas num minimercado com produtos em 2ª mão onde só existem novidades aparentemente recicladas! Não somos eternamente virgens e quanto mais nos envolvemos, mais ficamos conhecidos no mercado. É impossível manter o estatuto de novidade e esperar o mesmo da outra parte. Todos temos um passado e quer queiramos quer não, ele persegue-nos sempre como uma espécie de sombra.
Sem dúvida que este facto por vezes me assusta, no que toca à minha embalagem por assim dizer, pois entro no pensamento de que por vezes o facto de gostar de sexo me torna tão promíscuo que acabo por esgotar o mercado da capital. Condenável? Tenho a minha consciência tranquila. Mas torna-se realmente assustador quando as minhas decisões sexuais, e aqui falo do sexo em si, se tornam um contratempo com o meu trabalho e dia-a-dia. E passo dois exemplos flagrantes que me aconteceram um na semana passada e outro ainda hoje.
No passado dia 31 de Agosto fui a uma entrevista e dei de caras com um gajo que conheci há uns dois meses, e que após as coisas até estarem a correr bem, partiu para Madrid em trabalho e quando voltou nunca mais me disse nada. A situação em si incomodou-me na altura, mas ultrapassei a questão como sempre o faço, mas encontrá-lo ali, como futuro colega, bolas, é demasiado azar. Obviamente que não fiquei com a vaga e vá-se lá saber porquê… Hoje, outra entrevista, outro encontro de último grau com um género de engate! Como "adversário” lá estava um rapaz que conheci o mês passado por ter ficado interessado no amigo dele, e o pior? É que na altura não lhes disse o meu verdadeiro nome e disse que me chamava Tomás, escândalo não foi? A minha safa é que uso sempre o meu segundo nome para questões mais importantes e a senhora da entrevista não referiu o meu primeiro nome, felizmente, assim posso continuar a ser o Tomás. Mas tudo isto para concluir que já estou numa fase tão fantasmagórica que estou constantemente a tropeçar em defuntos e almas perdidas do passado. Será porque já me dei a demasiadas pessoas, ou porque chega a uma altura em que passamos a conhecer mais pessoas? Importante referir que o amigo em quem fiquei interessado, após me andar a galar e engatar, revelou que tinha namorado, ficando tudo em águas de bacalhau e eu a curtir com um argentino, mas isso já será outro disparate.
É inevitável então tentar colocar um travão e parar de andar a colocar novamente na prateleira produtos já consumidos, e só me restam duas hipóteses. Ou paro com a busca e espero que os legumes verdes fiquem maduros para voltar a ir às compras, continuando a minha alimentação com os que já conheço e aprecio, ou dedico-me à exclusividade e fico-me somente por um. Mas e quando somos nós os colocados na prateleira depois de usados, apesar de termos sido um bom produto? Não temos legitimidade para ir às compras? Ou devemos ser condenados por sermos viciados em compras e gostarmos de experimentar tudo o que há para consumir? A concorrência é cada vez mais feroz com um marketing e publicidade mais apetecíveis, mesmo que o produto em questão já seja um conhecido dos consumidores. Neste caso, que mal há em não sermos um cliente fiel quando não existe fidelidade por nenhuma das partes? Por acaso assinei algum contrato de exclusividade? Quando o tiver feito, aí sim, deixarei de frequentar o tal minimercado e ausento-me por falta de stock.
Chego então à conclusão de que o rótulo fica na maior parte das vezes por ler e que a vida é feita de milhares de embalagens que diariamente enchem os contentores da reciclagem humana, mesmo que o exterior e o interior não mude. E com tantos tipos de dietas, fica difícil escolhermos. Cuidado com os fantasmas… E com o supermercado que frequentam!
Beijinhos, Pi.*