quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Masculinidade Homossexual VS Princesas Encantadas


Ora, estereótipos e toda a sua parafernália de críticas e mesquinhices sem jeito nenhum. Para quem não pertence à dita comunidade gay, ou até mesmo para aqueles heterossexuais que têm amigos gays, esta questão pode passar-lhes ao lado, mas enquanto homossexual não posso deixar de denotar uma realidade cada vez mais imposta e marcada pelos da minha espécie. Gays efeminados VS Gays masculinos.
Tudo bem, começo por concordar que como em tudo na vida, também dentro do meu pequeno grande mundo existem diferenças, e muitas vezes, enormes. Mas esta diferença que fazem questão de estar constantemente a chamar a atenção, já começa a ser demais e deveras enervante. Sim, existem bixas armadas em rainhas, que gostam dos holofotes na sua direcção, com as suas plumas e lantejoulas, os seus brilhos e berros estridentes, o seu Ipod a tocar Britney em alto som. E depois existem os machões, cheios de músculos, roupa casual ou desportiva, voz grossa, andar confiante, sem tiques e ditos “normais”. É verdade, são dois paralelos que sabemos existir e que fazem parte da nossa sociedade. Duas secções inseridas no interior de outra secção. Agora a minha questão começa quando temos de apontar o dedo ao primeiro grupo e criticá-lo vorazmente.
Por vezes, o comportamento destas chamadas princesas nada secretas, até a mim me faz confusão. Quando não sabem onde e quando podem estar à vontade, quando exageram nos seus gestos, na forma como se vestem. Quando fazem questão de ser o centro das atenções pelas piores razões evidenciando a sua feminilidade cada vez mais precoce. E confesso, também eu reviro os olhos quando me apercebo de que os jovens gays cada vez mais cedo saem dos seus respectivos armários e se mostram à mão cheia até para quem não os queira ver. Mas daí a andar por todo o lado a dizer que nem os posso ver à frente, que são a vergonha da nação, que nem pensar me envolveria numa relação com alguém assim, já vai um grande passo. Discriminação até com os nossos semelhantes? Se fossemos católicos diria, blasfémia.
Posso entender, perfeitamente até, de que podem não fazer o género de muitos, mas é necessário andarmos em sites de engates gays a frisar: “Efeminados, meninas histéricas e afins, nem vale a pena meterem conversa!”? Que raio de atitude vem a ser esta? E depois ainda gostam de frisar o facto de serem machões, como se de machos latinos se tratassem. Meus caros, o verdadeiro macho não gosta de apanhar na peida! Desculpem-me a expressão, mas estes tipinhos armados em heteros que gostam mais de pila que gajas esgotam-me a paciência! E o pior é que muitas vezes, eles só mantêm esta atitude na rua e perante todos, porque quando chegam a casa são mais paneleiros que o próprio bixedo real!
Portanto, contínuo sem entender para quê tanta crítica, tanto apontar de dedo, tanto atrofio, quando no fundo somos todos iguais e procuramos as mesmas coisas. Só temos formas de estar diferentes, não tendo o direito de julgar os outros por serem como são. Porque ao fazermos, estamos precisamente a criticar o reflexo do nosso espelho. Vamos lá a deixar as rainhas viverem as suas vidinhas e vamos preocupar-nos mais com o nosso umbigo que tanta porcaria às vezes tem.
Beijinhos, Pi.*

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