sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Sexo é apenas sexo?


Ao ver um documentário acerca da vida de algumas stripers que trabalhavam num bar em Los Angeles, dei por mim a pensar numa questão acerca do sexo em si. O sexo é apenas sexo ou é sempre mais do que isso?
Dizem que sexo é a entrega de dois corpos que se envolvem na obtenção de um orgasmo ou de puro prazer carnal. Mas não estará também a nossa mente envolvida neste acto? Não daremos nós mais do que o nosso corpo? Ou será que todos conseguem colocar a consciência guardada na gaveta, durante aquele momento, e apenas desfrutam dos desejos, sórdidos para alguns?
É certo de que não estão sentimentos amorosos envolvidos no acto, e de que não temos necessariamente de amar ou estar apaixonados pela pessoa com quem estamos a fazer sexo, mas no mínimo tem sempre de existir um interesse pela outra parte. O que me leva a crer que mesmo quando dizemos que estávamos a pensar na pessoa de quem gostamos, no Brad Pitt ou no padre da paróquia, quando estávamos a ter relações sexuais com outra pessoa, no fundo não passa de uma desculpa que damos a nós próprios para não dar demasiada importância ao sexo clandestino. Daí a eterna desculpa da traição, de que não teve qualquer significado, na minha opinião, cair totalmente por terra.
Ao ouvir as justificações destas artistas sexuais, cheguei à conclusão de que o sexo é mais do que sexo puro e duro como às vezes eu próprio gosto de chamar. Sexo não é apenas e somente sexo. São duas pessoas que se unem num momento, injectadas pela adrenalina e pelo desejo. Movidas pela lei da atracção. É a entrega do nosso corpo. Mas não procuraremos também carinho? Atenção? Um escape à solidão que por vezes sentimos apertar-se na traqueia? Se fosse só uma questão de ter um orgasmo, então trataríamos do assunto no sossego do nosso lar deixando a nossa imaginação voar. Mas não, há alturas nas nossas vidas em que gritamos: Preciso de sexo! E porquê?
Querer sexo é muito mais do que o que referi anteriormente. É o toque, é a presença de alguém, é o interesse, é o estar, é o ser mesmo que a nossa mente não esteja de todo ali presente. É uma espécie de romance escondido e que ninguém quer assumir. Porque no final de contas, foi apenas sexo! Mas no fundo, todos sabemos que não. Queríamos estar com alguém. Sentir o peso de um corpo por cima de nós, ou vice-versa. O suor roçar-nos a pele. Ouvir a respiração ofegante do nosso parceiro. A troca de beijos e de carícias. E esqueçamos aquele sexo ao qual chamamos de rapidinhas, em que nem sequer sabemos o nome da pessoa com quem estamos. Acredito que até aí, não é apenas sexo, é algo mais para o qual ainda não encontrei o nome.
Não falo de fazer amor, isso, claramente coloca-se acima de tudo. Falo de quando engatamos alguém, se calhar sem interessar se é bonito ou se responde aos nossos estereótipos de interesse usual. Quando damos por nós deitados na cama com um estranho que apenas está ali para saciar as nossas necessidades, aquelas que refiro aqui como mais que penetração. Esquecemos tudo à nossa volta e a entrega que julgamos não ser total, vira uma entrega em que estamos somente ali, a desfrutar do momento.
E más quecas à parte, mau sexo, gajos que não nos conseguem saciar, e afins. O que nos leva a ter sexo não é definitivamente ter um valente orgasmo que apenas outra pessoa nos consegue proporcionar de forma entusiasta. Daí talvez eu tenha encontrado um significado no dicionário para a palavra sexo, que não vai para além de coito, acto sexual, ou até, cópula. Porque se nos debruçarmos sobre este assunto, vamos todos chegar à mesma conclusão. Todos o fazem e ninguém lhes dá muita importância, mas a realidade é que sexo, não é unicamente, sexo. E se anteriormente afirmei que sexo é sexo, hoje posso reformular e dizer que se calhar, sexo não é apenas sexo.
Beijinhos, Pi.*

3 comentários:

  1. Hmmmm, não imaginava q questionasses isto tão 'cedo'.. Resposta cientifica para a questão q tanto gosto de dar: Simplesmente pq é a natureza do Homem. As hormonas, as feromonas de um modo geral as nossas biomoléculas simplesmente necessitam destas 'trocas' para sobreviverem..Resposta cientifica aparte, diria q a cientificidade da minha resposta (e a verdadeira resposta) colide com os meus (nossos?) desejos..Sim, as cadeiras de deontologia foram sempre em pé de guerra com os profs.. Mas no final os meus desejos mantiveram-se.. Aliás, acho q dava um bom tema de investigação: "A necessidade de procriação como forma de vida face à orientação sexual das espécies". Nice! Bora lá dar mais umas ideias engraçadas para uma noticia à TVI para o papá poder argumentar e a mamã chorar! LOL
    Não ligues.
    E, boas férias! =D

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  2. Uma boa questão! Depende de como se vê e se sente.

    Penso que podemos dividir em duas categorias:
    - fazer sexo: uma relação sexual com pessoas no qual não há sentimento, como, por exemplo, um engate;
    - fazer amor: uma relação sexual com o/a companheiro/a ou por alguém que se sente algo muito forte.

    Pelos nomes, a segundo até é mais "lamechas", tal como o amor, é uma terminação mais querida, ao contrário da primeira que é mais forte, directa, estilo "Olá... Oooohhh sim!!! Adeus!"

    Mas sexar faz parte da natureza humana... Um bom "comprimido natural" para aliviar a tensão.

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  3. A questão que se coloca é se, por mais desinteressado que seja o sexo, mais fútil e promíscuo, se existe sempre algo mais do que a tesão. Umas espécie de sentimento indefinido e que ignoramos ser real. Tudo para além da natureza humana.

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