sexta-feira, 17 de julho de 2009

Gerações - Texto de Resposta

Ainda de férias, e numa das minhas habituais visitas pelo que se escreve em outros blogues, e
como resposta a um texto de um amigo meu no seu respectivo blog, decidi formular aqui outro texto de opinião em confrontando o que ele analisa e comenta. Aconselho primeiro a lerem o dele para compreenderem este de forma mais bem construída. (O link encontra-se no final.)

Ora, a evolução e a modernização...
Concordo que a tal aldeia global de que tanto se fala tem o seu lado de evolução positiva, mas vou mostrar uma outra perspectiva. Porque no fundo, esta é mais uma questão que é um pau de dois bicos.
Quatro amigos numa sala a conversar, em que cada um está no seu respectivo portátil ou computador, a executar diferentes actividades, ou até a fazerem o mesmo mas em computadores diferentes. O que é que falta aqui? E o que é que foi acrescentado?
Falta o diálogo sincero e directo, as conversas olhos nos olhos, os gestos, os toques, o contacto físico muito para além do psicológico. Falta o conhecer as pessoas exactamente como são, e não com um objecto à frente como máscara. É certo de que aqui estavam os quatro no mesmo espaço e o diálogo ia existindo, mas não teremos aqui uma prova de que vivemos cada vez mais num mundo virado para o egocentrismo? Em que cada um faz o que quer e apenas o comunica aos outros posteriormente? É isso que a meu ver se vem adicionar a esta geração como mais uma evolução. Vivemos num mundo em que andamos apressados, querendo viver tudo e depressa porque nunca se sabe quando o mundo vai acabar, em que corremos e nem nos queixamos, porque queremos aproveitar o momento! Positiva esta atitude de querer sempre mais e melhor, de sermos insaciáveis. Mas quando o fazemos apenas olhando para o nosso umbigo sem sequer nos preocuparmos com o mundo que nos rodeia, parece-me que tudo se transforma num negativismo demasiado real para ser verdade!
E olhando bem para o tempo dos nossos pais e até dos nossos avós. Eram felizes? Pelo menos possuíam algo que nós começamos a perder, a intra-relação pessoal, uma qualidade de vida que se começa a extinguir. O estar com os outros, num café, numa festa, em aniversários festejados em casa, quer até a ver o Festival da Canção. Tudo servia de pretexto para estar com os amigos ou familiares, vivia-se uma época virada para os outros e para o diálogo. Enquanto que hoje moramos numa tal aldeia onde só se preocupam em ser ouvidos, em que voltamos a uma época idiota com ideias de que o mundo gira em torno do Homem, e decididamente não é este o caminhar que pretendo para os meus filhos ou netos caso os venha a ter. Todos enfiados em casa, cheios de experiências mas nunca vividas na primeira pessoa. Em que me dizem que foram viajar até Londres, e quando pergunto como, me respondem pelo Google! Não há nada que substitua o viver os momentos na primeira pessoa e na realidade, assim como as tais conversas.
É certo de que apresento aqui o outro lado negativo da questão, mas como em tudo na vida é preciso sempre analisar os prós e os contras, e se este é um assunto que nunca conseguiremos travar porque estamos sempre a avançar e neste aspecto a modernização até tem muito de bom, temos de ver o que está a ser construído de forma errada e combater as arestas mal formadas!

1 comentário:

  1. Sim de facto em todo o prós e existe sempre um contra, mas é assim a lei natural... O que conta é que esses mesmos quatro amigos têm algo em comum, o simples facto de se um de nós estiver mal, os outros 3 presentem logo e tentam de todo o modo elevar o estado de humor!

    hehehehe*

    ResponderEliminar