segunda-feira, 13 de julho de 2009

Quase Blind Date!

Outro Casting!
Sim, como já deu para perceber sou dado a muitas leviandades. E apesar de ainda ser novo, já devo ter tido tantos ou mais encontros com rapazes do que o elenco inteiro e as suas seis temporadas do Sex and The City. E então? Que culpa tenho eu de ser tão difícil encontrar o The Mister Right, para o The Perfect Match? Como tal vou por vezes, demasiadas até, averiguar o "mercado" e partir à descoberta de um novo conhecimento. Claro está, levado sempre pela esperança do: "É desta Pi!"

Sábado à noite, ou seria 6ª Feira? De uma maneira ou de outra, este date entrou para o raking dos piores deste ano, se não, de sempre! Método usado? Gaydar pois claro. Já não me recordo de quem meteu conversa com quem, e vistas as benditas fotografias, ter lido um profile que até me agradou o intelecto, lá nos adicionámos mutuamente no Messenger. Falamos durante alguns dias, conversas bastante interessantes, inteligentes, cultivadas, relevantes e diferentes do usual. Mantivemos-nos assim, sem nos conhecer, mantendo diálogos longos e agradáveis, com uma mistura refinada de provocação e alguma promiscuidade curiosa por algum tempo.
Parecia-me um rapaz diferente e confesso que estava a gostar de falar com ele. Sabia bem encontrar alguém que fugia aos estereótipos do típico engate gay, e que conseguia ver uma pessoa para além de um objecto sexual. Tenho as minhas necessidades, como gosto de evidenciar aqui, mas prefiro naturalmente algo mais palpável e consistente, e este menino estava a conseguir captar a minha atenção precisamente por isso, por ter sumo e não ser apenas uma casca atraente. Giro, pelas fotografias, estava realmente curioso para o conhecer. E assim foi...
Lá voltamos nós ao tal sábado ou 6ªfeira à noite. Ia sair com um casal amigo para o Bairro Alto e decidi convidá-lo a juntar-se a nós. Assim evitava fazer de vela e finalmente conhecia-o. Ele aceitou e lá nos encontramos.
Medo! Muito medo! É por estas e por outras que prefiro sempre a segurança de conhecer alguém pessoalmente no imediato para evitar surpresas. Era mais baixo do que havia imaginado, mas isso não era problema. Vestido de escuro, destilava logo à partida, um arzinho de gay de direita com ideias absurdas que era uma coisa parva, mas como havia conversado com ele e não tinha sido essa a imagem passada, forneci-lhe o benefício da dúvida, apesar de não fazer assim tanto o meu género. Quem sabe não me surpreende-se e eventualmente acabássemos por ficar amigos? Ele bebia um "pontapé na cona", que eu simplesmente abomino, e eu divertia-me com a palhinha do meu Mojito (uma das bebidas do meu Top).
A conversa já havia começado torta por eu me ter atrasado mais de meia hora por causa do trânsito e da dificuldade em estacionar, mas estava a correr em tom de brincadeira. A partir daí tudo o que dissemos foi caindo vertiginosamente ao nos apercebermos de que afinal éramos totalmente diferentes! Desde as opiniões políticas, e sim eu sei que não é assunto que se discuta, mas este gajo lixou-me logo a cabeça com as suas ideias idiotas de direita. Passando por gostos pessoais que não haviam sido referidos anteriormente, acabando por se revelar num autêntico nerd musical. Aí é que me passei. Se há coisa que odeio são pessoas com a mania que são espertas e que sabem tudo, e pior, que são demasiado diferentes e alternativas para os outros conseguirem acompanhar ou estarem ao seu nível quase divino.
O rapaz era mesmo culto, e no que tocava a musicalidades, sim, ele sabia bastante e coisas que eu desconhecia. E isso até podia ser positivo, pois sou um curioso por natureza e conhecer novos sons e bandas é o meu prato do dia. Não fosse ele ser um convencido de merda, armado em parvo. Disse-lhe que havia pesquisado uns sons que ele tinha no blog dele, nomeadamente uma banda chamada M83. Resposta dele? "Que bom. Ah, mas foste procurar o pior, esses já estão muito comerciais, já não ouço muito!" Pronto, revirei os olhos, e tentei pedir socorro aos meus amigos, que idiotas não compreenderam a mensagem por estarem demasiado entretidos.
Ele era simplesmente agonizante e terrivelmente terrível, fazendo uso da repetição! Olhou-me de alto a baixo, criticou o meu estilo, chegando ao ponto de se tornar um pouco ofensivo. Eu só lhe conseguia dizer que ele tinha mesmo a puta da mania que sabia tudo e que se julgava um ser supremo acima de todos os outros. E que aquele ar de arrogante não lhe ficava nada bem. Mas o cómico é que tudo isto era dito em tom de dissimulado de gozação. Da parte dele não sei, da minha, a vontade era de o esborrachar contra a parede! Pouco mais de uma hora foi o quanto durou este desperdício de tempo. Descaramento final? "Podias-me levar ao táxi..." pediu-me ele. Oh amigo, pois com certeza que sim! Se fosse rico até te o pagava só para não ter de te aturar mais!
Lá o levei, lá encerrei este capítulo, lá regressei para junto dos meus amigos. Depois de tudo aquilo precisava era de me divertir à grande, e foi o que fiz. Depois de me rir do episódio com eles, fui curtir o resto da noite, mas sem casos tórridos ou afins. Queria era estar sozinho comigo, os meus cigarros, a minha música e o meu álcool! Pelo menos com esses quatro sei que sou feliz!
Moral da história? As aparências enganam, oh se enganam!
Beijinhos, Pi.*

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