sexta-feira, 10 de julho de 2009

Noite Carnavalesca Descarada


Vou dizer-vos uma coisa, que para quem já me conhece bem, não é novidade nenhuma. Sou louco! Mas não um doido qualquer. Sou completamente maluco e inesperado! E quando estou solteiro e saiu à noite, gosto ainda mais de apimentar a minha personalidade e tornar-me um verdadeiro felino no jogo do engate e sedução.
No fim-de-semana de Carnaval, e máscaras à parte que agora não interessam para nada, tive um envolvimento sexual com um gajo mesmo tesudo. Pormenores, estávamos ambos já bastante embriagados e éramos os dois suficientemente descomplexados para dar vida à noite surpreendente que proporcionamos mutuamente.
Ora bem, perdidos entre folias carnavalescas, lá se desenrolou o ardil por termos amigos em comum. Os dois, acabamos por ir parar a uma discoteca gay de Lisboa, mas sem sabermos da existência um do outro ali naquele local. Quando vi a Teresa com ele, perguntei-lhe logo a ela:

- "Olha lá! O teu amigo é gay, solteiro e disponível?"
- "Sim. Porquê?" - Respondeu questionando ela.
- "É giro! Podias arranjar caldinho..."

Nisto, eles que estavam junto ao bar e se preparavam para fazer um pedido, eu agarrei nas senhas deles e perguntei o que iam pedir. Em cinco segundos fui servido pelo barman, passando à frente de toda a gente. (Até parecia eu que o conhecia há séculos). Entreguei o copo ao amigo da Teresa e disse-lhe ao ouvido:

- "Boa Noite. Sou o Phillipe!"

Dei-lhe o Safari Cola, pisquei o olho e fui para outra pista.
Passado algum tempo voltei para junto deles e logo de seguida ele abraça-me por trás e diz-me ao ouvido:

- "Sou o Diogo!"

Virei-me de frente de forma a encara-lo e foi logo ali, um beijo selvagem e ardente!
Estivemos imenso tempo entregues a uma curtição vistosa, cheios de fulgor e já com a palpitação acelerada. A tesão que aumentava a cada segundo... E não resistimos mais, fomos para a rua! A partir daqui o descalabro ordinário foi total.
Ruas abaixo, fomos parar à porta de um prédio até bastante iluminado e com umas escadas óptimas para servirem de apoio ao que pretendíamos realizar. Num beco, acabamos por nos entregar ao desejo e foi mesmo ali que os nossos corpos semi despidos se entregaram a um orgasmo em uníssono. Um sexo clandestino escaldante. Uma espécie de fruto proibido por estarmos na rua e a correr o risco de sermos apanhados a qualquer momento. Mas julgo que foi isso mesmo que nos deu mais alento a tamanha entrega. Estávamos entregues ao poder da própria entrega e da loucura que a tesão nos pode proporcionar.
Suados e ainda atordoados com o que havíamos feito, arranjamos-nos e seguimos caminho para ir embora. O dia começava a nascer.
Óculos de sol na cara, um cigarro na mão, trocámos os contactos de telemóvel, despedimos-nos junto ao Largo do Camões e cada um seguiu a sua vidinha. Nunca mais nos voltamos a falar. Caso isolado portanto.
Por acaso voltei a encontrá-lo recentemente no Arraial Pride, mas só trocamos as boa noites educadamente, como se nada tivesse acontecido no passado. Enfim, devaneios disparatados desta alminha completamente transcendente. Por vezes é preciso quebrar as amarras e deixarmos-nos levar pelo momento. esta experiência não faz de mim um descarado opulento e constante (cof cof), mas sim um verdadeiro jogador dos impulsos.

Beijinhos, Pi.*

(Os nomes usados neste texto são fictícios para preservar a privacidade das pessoas envolvidas!)

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